Atualmente, a cobrança pela felicidade é tão grande que fica ainda mais desafiador passar por momentos difíceis e viver a dor necessária para atravessá-los.
São tantas opções de escolha, tantas facilidades, ferramentas, tecnologias e teorias que as pessoas acabam se sentindo mal quando não se sentem felizes.
Ser feliz não significa estar sempre bem e satisfeito com todas as áreas da vida, até porque isso é utopia. E na busca por essa felicidade utópica acabamos nos frustrando e desacreditando que é possível ser feliz mesmo em meio aos desafios.
A ideia de felicidade que é propagada, muitas vezes, só mostra a ponta do iceberg, ou seja, as conquistas, as glórias, a vida “perfeita”. Essa ideia acaba por limitar a nossa visão do todo, pois não permite que aprofundemos nas experiências, sejam elas de prazer ou de dor.
Em um mundo que é tão padronizado, até para ser feliz existem “receitas” e padrões, que, muitas vezes, só nos afastam ainda mais da verdadeira felicidade.
Ser feliz não é o fim, mas o início
A humanidade tem pressa de chegar a algum lugar que nem sabe bem onde é. As pessoas estão numa eterna busca e não percebem que é no processo e na caminhada que estão as peças que precisam para montar o quebra-cabeça da vida.
É uma questão de perspectiva: a felicidade não está na linha de chegada, mas no ponto de partida
Quando você busca receitas, padrões, dicas para ser feliz e tenta se encaixar nesse estereótipo, acaba sentindo um vazio inexplicável. Por quê? Porque para ser feliz é preciso viver de acordo com a sua essência. Você é a felicidade na sua natureza. E como se sentir feliz tentando se encaixar em uma vida que não faz nenhum sentido para você? É por isso que a maioria das pessoas vivem em uma eterna busca sem encontrar o que desejam de verdade.
Li uma frase um dia desses (no site da revista Bula) que resume bem essa busca sem propósito: “perdemos tempo na espera, gastamos vida na procura.” E não é isso que acontece? Ou você fica na espera de que algo aconteça para se sentir feliz ou está sempre à procura de pessoas, coisas ou situações que te trarão felicidade. Tudo do lado de fora. Nada do lado de dentro.
Ser feliz ou ter felicidade
Vivemos em um mundo que o “ter” tem mais valor que o “ser”. E é com base nessa “verdade” que as pessoas dedicam as suas vidas a conquista de coisas materiais na ilusão de que assim serão felizes. E nessa busca esquecem de que tudo o que precisam para ser feliz já está dentro delas, basta acessar. Muitas vezes perdemos esse acesso durante a vida.
Enquanto você acreditar que a felicidade é algo a ser conquistado fora e que precisa dessa conquista, é provável que você bloqueie o fluxo natural da sua expressão no mundo, que é a própria felicidade.
QSer você, expressar a sua verdade, a sua essência no mundo te coloca no fluxo da vida. E o fluxo da vida é a própria felicidade. Quando você resiste a seguir o fluxo dos acontecimentos, você se distancia da sua natureza e do estado natural de felicidade.
Através do autoconhecimento, do acolhimento e da autoaceitação é possível se aproximar do ser inteiro que você é. Um ser inteiro transborda. E esse transbordamento é a expressão da felicidade.
Ser feliz é transgredir
Ser feliz não é obrigação, é transgressão. Se para ser feliz é preciso ser a sua expressão no mundo, viver a sua essência, é necessário transgredir, sair do padrão, das regras e das normas que foram criadas por uma sociedade que te afasta cada vez mais do seu ser mais potente.
Muitas vezes você se sente infeliz por ocupar um lugar que não é seu e tentar se encaixar nele. Você já é potência e só precisa acessá-la para se expressar e ocupar o seu lugar no mundo. E então, sentir-se feliz será natural.
Se você observar a natureza, ela tem muito a ensinar. Um rio não resiste aos obstáculos; ele segue o fluxo para desaguar na imensidão do mar. Tudo é perfeito do jeito que é. Não tem erro.
Se você se sente triste, desconfortável, não-pertencente e incomodado é bem provável que você tenha se desconectado de si mesma e esteja distante da frequência do Universo. E quando isso acontece, você não percebe os sinais, que acontecem o tempo todo e que te mostram a direção a seguir.
Conexão com o Universo e o fluxo da vida
Ao realizar o trabalho de autoconhecimento, que pode acontecer de muitas formas, pois hoje temos diversas ferramentas para te auxiliarem nesse processo, você vai se conectar com a sua essência, com o seu verdadeiro eu e perceberá com mais clareza quem é você e qual o seu propósito nesse mundo.
SQuando isso acontece, é natural que você fique mais atento e perceba os milhares de sinais que o Universo (ou Deus, se você acredita) envia para te ajudar a fluir com a vida.
Ao se conectar com a sua potência, ao descobri a sua arte e ao expressá-la no mundo, você naturalmente se sentirá feliz.
Algumas ferramentas para entrar no fluxo e ser feliz
Saia um pouco do “pensar” e preste atenção no “sentir”. A mente arquiteta os caminhos, mas quem define a direção é o coração. Para exercitar o “sentir” pratique meditação, mindfullness ou yoga. Essas práticas te ajudam a prestar mais atenção à sua respiração, ao seu corpo e te trazem para o momento presente.
Faça várias pausas ao longo do dia e se observe. Você está presente nas suas ações ou está no “modo automático”?
Abra espaço na sua agenda, todos os dias, para se dedicar a você.
Conecte-se com pessoas que encontraram o seu lugar no mundo. Estar com pessoas e em ambientes felizes é um motivador para o seu processo.
Exercite novos olhares, faça novos trajetos, prove novos sabores, converse com um desconhecido. Pequenas mudanças trazem grandes aprendizados.
Questione o que não faz sentido para você. Se não está alinhado com os seus valores, vai te paralisar ao invés de te ajudar a fluir.
Exercite a entrega. A necessidade de controle pode te fazer sofrer e te tirar do fluxo da vida.
Tenha mais contato com a natureza. Ela não erra, não tem pressa e tem muito a nos ensinar.
Respeite os seus ciclos e os sinais que o seu corpo dá. O que se manifesta fora tem raiz dentro.