Manhã de sol. Rio de Janeiro.
Sem som de campainha, elas se encontram para mais uma sessão, paciente e terapeuta.
Sorriem e se abraçam. Nada de se sentarem. Apenas passam pelo portão de ferro e iniciam uma caminhada.
Hoje, escolheram um parque como setting terapêutico.
Um corredor de árvores as recebe.
À medida que avançam, o frescor e o silêncio abrem passagem para as questões da mente acelerada, enquanto a natureza e os passos alternados, aos poucos, ditam o ritmo dos pensamentos e inserem pausas.
Percepções negativas se encolhem sem graça com a imensidão, com o poder do verde e do corpo em movimento.
O que parecia não ter saída, surpreende desvelando insights.
Silêncios
Valores antes não percebidos ficam realçados como as flores do caminho. E tudo é harmônico porque o que se encontra internamente está espelhado externamente.
O reencontro com a essência da paciente presenteia ambas com o que dela emana: vontade de beleza, de alegria, de natureza, de organicidade, de fluidez, de movimento, de conexão, de boas energias e de aconchego.
Silêncios.
Ao se direcionarem para o mesmo portão de ferro, visualizam o trânsito rotineiro e percebem que a realidade não é nem a das ruas e nem a de dentro do jardim, é tudo e mais além. Cabe a elas incluir o bem-estar alcançado ali para o resto do dia.
Despedem-se uma da outra e das árvores, suas centenárias testemunhas.
Fim de mais uma sessão.