A síndrome de Burnout é um distúrbio causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho de um indivíduo que já se manifesta há muito tempo na sociedade. É também chamada de “síndrome do esgotamento profissional” e afeta quase todas as facetas da vida de um indivíduo. Antes, costumava afetar as pessoas que trabalhavam muitas horas em uma fábrica fazendo atividades repetitivas. Contudo, hoje vem ocorrendo uma mudança no perfil daquelas que têm sofrido com o burnout. Por incrível que pareça, os jovens têm sido os que mais sofrem com isso.
A síndrome do burnout não faz diferenciação entre idades. Isso se deve muito ao protagonismo das redes sociais na sociedade. A ideia de que o indivíduo é uma marca e que precisa performar para ser aceito pela sociedade, tem desencadeado uma sensação de pressão em que falhar não é uma opção.
Crescemos acreditando que se nos esforçarmos o suficiente seremos bem-sucedidos e colheremos todo o sucesso que sempre sonhamos. Essa mentalidade pode ser nociva, uma vez que no mundo capitalista, nem todo mundo pode sair ganhando. No caso dos jovens a dificuldade em começar uma carreira e alavancar tem gerado muito estresse, sobrecarga e esgotamento profissional logo nos primeiros anos que estão no mercado de trabalho.
Entenda melhor o burnout
Alguns sintomas são típicos da síndrome, são: cansaço extremo, sentimentos negativos; distanciamento e perda de vontade em relação ao trabalho; diminuição na produtividade; dor de cabeça; diminuição do apetite; isolamento e insônia. Podem ser também acompanhados de uma sensação de fracasso, insegurança, sentimento de derrota e desesperança.
O burnout é um distúrbio psicológico que faz com que a pessoa se sinta extremamente fadigada. Ela fica sem energia suficiente para fazer as atividades que normalmente faria. Isso afeta tanto a parte mental, como também comportamental e física.
A parte mental pode ser associada a ansiedade, depressão, irritabilidade, apatia e baixa autoestima. Na área comportamental ela é expressa na redução da produtividade, nas faltas que se tornam frequentes, em reclamações constantes e no isolamento social. Fisicamente a pessoa pode começar a sentir dores no corpo, tonturas, falta de ar e diminuição da libido.
Gerações mais novas e o burnout
Em um estudo conduzido pela Yellowbrick, foi analisado que hoje os mais atingidos pela crise do burnout são os jovens entre 23 e 48 anos de idade. Mais impressionante ainda, foi constatado que 95% da geração Millennial sofre de burnout e 75% estão mentalmente exaustos. Esses números alarmantes podem ser atrelados à extrema exposição dos jovens às informações diárias, assim como a um excesso no uso das redes sociais. Além do esgotamento ligado ao trabalho, essas gerações ainda têm que lidar com a competitividade gerada pelas plataformas sociais onde as curtidas (likes) e seguidores (followers) promovem um desgaste extra.
O incentivo ao consumo de conteúdo 24 horas por dia por conta dos celulares desperta uma sensação de cansaço e esgotamento. A preocupação com a imagem já é comparada por muitos especialistas ao consumo de drogas. Pois tem provocado danos sérios à saúde mental dessas novas gerações.
A necessidade de mostrar o seu valor para a sociedade e de encontrar sucesso resulta numa onda de estresse e ansiedade, fatores esses que contribuem diretamente ao surgimento da síndrome do burnout.
Dados
Como combater o burnout
Somos corpo, mente e espírito. Portanto, para que funcionemos de forma orgânica, precisamos dar atenção e cuidar desse pacote. Estar ligado aos sinais do corpo, pode ser um bom primeiro passo para que uma atitude mais séria seja tomada. O tratamento do burnout deve ser controlado por um profissional especializado, mas existem algumas medidas que podem ser tomadas para evitar a evolução do quadro.
Hábitos saudáveis são o melhor jeito de regular o corpo e a mente. Dar importância a uma boa noite de sono, seguir uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são algumas das medidas que qualquer pessoa pode tomar e que podem fazer a diferença na saúde mental. Além disso, entender os limites dentro do trabalho e reservar um tempo para o lazer e um hobby para esvaziar a cabeça também são importantes.
O autoconhecimento, sem dúvida, é um processo fundamental para sair de um burnout, pois faz com que a pessoa perceba seu valor, seus limites e ganhe o poder de fazer boas escolhas na vida. Ao se autoconhecer, ela entende o que a move, o que a faz acordar todos os dias animada e o que a faz se sentir completa. Aprende também a descriminar expectativa de realidade e, principalmente, a como encontrar ou transformar o seu trabalho num sacro-ofício e não num sacrifício.